Neste momento, mais de duzentas mil pessoas se reúnem em praça do Cairo. Segundo a ONU, trezentas vidas já foram perdidas no Egito nos protestos contra o presidente Hosni Mubarak, que está a trinta anos no poder.
Com mais de oitenta milhões de habitantes, o país tem importância estratégica, situando-se no Oriente Médio, entre a África e a Ásia. Além disso, a vizinhança hostil de Israel e o Canal de Suez, responsável por sete por cento do transporte marítimo mundial, colocam o Egito em observação perante toda a sociedade internacional.
Neste mesmo dia, noutro hemisfério, Dilma Roussef completa o primeiro mês de seu governo, e assiste à posse de quinhentos e treze novos deputados, responsáveis por mais uma legislatura no maior período democrático da História do Brasil.
As circunstâncias no Brasil e no Egito conduzem a axiomas fundamentais no campo da Teoria Geral do Estado e da Ciência Política.
A insurreição popular egípcia, favorecida pelas redes sociais da internet e inspirada no recente movimento popular tunisiano, comprova que a democracia é, e sempre será, uma conquista de cada povo. Definitivamente, não constitui evento aleatório, nem sobrevém da mesma maneira para todos os povos; cada Estado tem sua própria trajetória de evolução democrática.
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